quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ao seu lado


Era de papel um sentimento por mim,
E era perecível, e era oportuno,
No relógio ainda faltavam dez minutos e o dia não havia passado.
Eu não era namorado, era enamorado e sofria e ruía.

Nunca ouvi uma verdade só minha e era de papel
e era perecível e era oportuno,
No relógio a hora já fora dada, pelo tempo maior
E eu não ouvia, e não queria, então sofria e me despedaçava.

Eu caminhava em direção a você que era o Sol do país das maravilhas,
e lá me perdia
me doava.

Eu não mais caminhava, pois o que tinha não bastava. E não me basto em mim mesmo.
Eu era de papel. Eu pereci. Eu não fui oportuno. E o relógio nem hora mais tem.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Poema sem poesia


 Isto era para ser um poema.
 Mas por falta de poesia foi suspenso.
 Talvez não penso e nem rima posso fazer.
Se não sei fazer rima, a métrica também perdi,
                                                                      assim como me perdi em você,
                                                                      assim como, sem nunca ter ganho, te perdi.
Perdi para uma infelicidade disfarçada de futuro.
E meu futuro ficou a vagar,
                                                                      disfarçado de esperança.
Um poeta disse que quem acredita sempre alcança,
 mas a vida não espera e nem eu acredito,
pois acreditar faz doer uma dor invisível,
que desatina sem doer e aos poucos, sem você, me faz morrer,
 como morreu Álvares de Azevedo,
como morreu Camões.


segunda-feira, 18 de junho de 2012