sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Peso do mundo

Na cidade acontecem coisas
Coisas acontecem na cidade
Inexplicantes acontecidas coisas insistem e desacontecem
Na cidade coisinhas importantes acontecem
Encontros, desencontros 
Acontecem
Sem rima, sem regra
Sem o peso do
Mundo
Coisificado
Inexplicante
Na cidade, ama-se
Ama-se na cidade
Na cidade nos humanizamos
Nos desregramos por sobre pedras
Todas testemunhas
Nos desregramos e amamos
Porque na cidade, coisas acontecem
E se ama na cidade
Sem o peso
Do
Mundo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A poesia

Ah, a poesia
A poesia tem cheiro de saudade
Tem cheiro de chuva
Cheiro de lágrimas 
Ah, a poesia
A poesia tem semblante de quem ama
Tem semblante de urgência 
Semblante de distância 
Ah, a poesia
A poesia voa como um João-de-barro 
Voa como uma borboleta 
Voa, como o tempo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Viagem

Uma vontade inequívoca 
Um medo
Um amar sem remédio, sem mesura, sem culpa, sem dor
Um modo diferente
Uma vida inteira 
Duas vidas inteiras
Já não se sabe
Já se sente
Já se chora, já se ri
Já se espera e se beija em silêncio 
Já se espera e se tem certeza
Já se tem. Já se beija.
Já silêncio. De quem não tem culpa.