sábado, 20 de dezembro de 2014

Esfinge

Minha esfinge de mistério 
Meu mistério pequeno
Pequeno como um diamante
Minha pequena esfinge de mistério 
Meu sentimento pequeno
Pequeno como um rubi
Minha pequena esfinge de mistério 
Mistério de céu 
Mistério de destino
Mistério de Lua
Mistério de amor ou daquela canção 
Minha pequena esfinge de mistério 
Que me decifra todo dia ou me devora

sábado, 13 de dezembro de 2014

Silêncio

Leio o silêncio como desdém 
Do amor, da vida 
De você 
Leio o silêncio como o que ele representa: nada
Dele, me sinto refém 
Assim como 
Do amor, da vida 
De você 
Leio o silêncio como morte
Instantânea 
Aqui dentro
Silêncio
Meu silêncio 
Que você silencia
Que você faz música 
E Amor
E vida.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Cabelos

Enviesando-me por entre seus cabelos
Vou ficando liberto
Vou ficando céu e mar e sol
Enviesando-me por entre seus cabelos
Vou ficando vento
Vou ficando tempestade
Enviesando-me por entre seus cabelos
Vou ficando beijos e abraços 
E apertos de mão 
E bons dias e boas noites
Enviesando-me por entre seus cabelos
Vou ficando vida confusa, já toda explicada.
Vida é nova. Vida é curta.
É toda.
Vou ficando enviesado 
Por entre seus cabelos 
Vou ficando natureza.
Vou ficando certeiro.
Vou caminhando, por entre seus cabelos
Enviesado.
Por entre seus cabelos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Espera

Espera
Nada
Não tem resposta
Tem algum sentimento?
Não tem resposta
Tem algum sentimento?
Não tem resposta 
Espera
Nada
Ei! Espera!
Espero. Até o fim de uma vida.
Tem dúvida?
Toda.
E resposta?
Não tem resposta.
Nem telefonema. Nem carta.
Tem inexplicação.
Tem futuro
Tem começo e meio.
Não tem fim.
Como sabe?
Não sei.
Sinto.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Bailarina misteriosa

Dançando e brincando de ser
Brincando e dançando 
A bailarina é ainda criança 
A bailarina é adulta 
Dançando e brincando de ser
Rodopiando alegremente sobre meu coração proibido
A bailarina sabe ser
A bailarina, repentina, já é felicidade guardada desde sempre.
É certa. Na hora certa. A bailarina.
Ela dança e sorri e se entrega
Ela sabe que é feliz aqui. Sabe sem saber.
A bailarina não bebe champagne
A balarina, no meu coração proibido faz pliet. Faz festa.
A bailarina é livre. 
A bailarina me ensina a ser livre.
A bailarina me ensina a ser.
Ainda criança 
Ainda adulta
Dançando e brincando...

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pacto

Ficar bem
Não importa se vai, se vem
Estando junto
Em alma e cor
Estando junto em coração 
Em paixão, em amor
Ficar bem
Com as pedradas que talvez virão 
Aquelas que nos dá a vida
Ficar bem
Juntos, eterno enquanto dure
Mas o repentino dura sempre
Ficar bem
Sabe aquela felicidade que ninguém é capaz?
É nossa
Estando juntos
Porque vamos sempre, sempre
Ficar bem

sábado, 15 de novembro de 2014

Drácula

Havia uma escuridão sem sentido
Havia uma rapidez
Havia uma urgência 
Havia uma surpresa
Havia a beleza e havia um sorriso
Havia uma energia, inocência e maturidade
Havia uma vida já vivida e havia reencontro
Havia reencontro de vidas que não se sabiam
Havia reencontro de bocas e silêncios
Havia reencontro de destinos e desatinos
Havia reencontro de loucuras
Havia reencontro de juízos e falta deles
Havia amor. Assim, assim. Amor.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Atrasado

Acordei atrasado para a vida
Ou talvez nem acordei ainda
Foram embora, as humanidades
Foram embora as civilidades
e os respeitos
Acordei atrasado para a compaixão
Ou talvez nem senti ainda
Foram embora todas as cidades
Foram embora as verdades
Acordei atrasado para entender
Ou talvez nem aprendi ainda
Foram embora as esperanças
Foram embora até as crianças
Acordei atrasado para ser quem sou
Ou talvez ainda nem fui
Ou talvez fui
Fui embora, sem humanidade, sem compaixão e sem esperança.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Enlouquecendo.

Vou enlouquecer em cada esquina que passar
em cada pedra no sapato que eu conseguir tirar
Vou enlouquecer em cada pensamento vão
Em cada indignação petrificada
Vou enlouquecer sem um beijo seu
Vou enlouquecer cada dia que não puder acordar e te olhar
Vou enlouquecer por saber que enlouqueci
Vou enlouquecer cada dia que criar
e cada dia que não criar.
Vou enlouquecer
Porque é isso que a gente faz
Desde a outra vida
Desde a outra e a outra e a outra...

Talvez

Talvez cansaço,
Talvez a vida ou a semana sem sal
Talvez um dia sem cabeça e nem pé
Talvez uma ideia ou uma paixão sem cabimento
Talvez nenhum cabimento
Talvez uma viagem à Índia
Talvez sem foto
Talvez só com lembranças
Talvez seja eu ou a bolsa de valores
Talvez sejam amores ou dores ou humores
Talvez seja essa mania de talvez
Ou só cansaço ou a dúvida
Ou o amanhã ou o chiclete de canela que não masquei
Ou o então.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Repetição

Há um tormento estripando cada entranha
Que me corrompe e me torna vil
Há um tormento que não é meu
Tormento do instinto
E que me torna vil
Há uma faca ilusória me cortando a carne
Que me corrompe
Uma faca que me corrompe
O tormento não é ilusório
A faca me corta a carne
E me obriga a clamar aos céus (que não existem)
O tormento me torna vil
E me corrompe
E estripa cada entranha..

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Impossibilidade.

Vem e caminha sobre meu coração
deixa suas pegadas na areia deste coração
Vem e pulsa como uma primeira vez
Vem e seja surpresa
Vem e seja simétrica como a arquitetura de um Niemeyer
Vem e seja doce como um dia de inverno com chocolate quente
Vem e seja leve como uma nuvem
Vem e seja linda como uma chuva em São Paulo
Vem e seja assim, assim-você.
Surpresa simétrica, doce, leve e linda.
Caminhando sobre
Vem e caminha sobre meu coração

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Amor

É lindo, mas sangra
É rápido, como é a rapidez de um relâmpago, mas não mata
Sangra.
Todos querem, é belo, é eterno e acaba.
Sangra
É feliz, intrépido. versátil, altruísta
Sangra.
O amor sangra e sangra e sangra...

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Dia pesado.

Tem dia que o dia tem o peso de um elefante,
Tem dia que o dia resolve ser escuro
Tem dia que nem dia o dia é mais
Mas aí vem a noite no meio do dia pesado, escuro que nem dia é...
Aí a gente sabe que vive
E que viveu.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Flor.

Pequena e delicada flor em uma infinidade de cores
Azuis, vermelhos, verdes e teimosias
Sapeca e inocente
Ora presente, ora uma linda neblina

Infinidade de cores, de uma delicada e inocente flor
Ganhei esta flor do destino,
Destino que nem bem existe
nem bem é meu.
Ora brinca, ora cala.

Inocente, ó florzinha.
Mas sábia, pois vive.
Inocente, ó florzinha,
Mas sabes o quanto o teu perfume me acalma
Mesmo qua distante do meu corpo, do meu coração
mas mesmo assim, já plantada suavemente na minha alma.




Pequenino azul de céu.

Pequenino azul de céu
Céu até poderia ser seu nome
Assim, sem rima, sem sobrenome
Só Céu.
Azul de teus olhos
Que não podem ser meus...

Pequenino azul de céu
Céu que flutua por entre os sonhos
Longe das infâmias, dos descasos
Assim, como quem não quer nada
Só flutua
Vermelho de teus lábios
Que não podem ser meus...

Azul pequenino de céu
de lábios vermelhos
Que não tem rima
Não tem nome
Que flutua por entre sonhos.
Azul pequenino de céu vermelho,
Que não pode ser meu.