Tem horas em que o coração cansa, mesmo sem querer descansar;
Tem horas em que tudo que era pertinente é apenas vão, é em vão;
E o valor das horas que eram tuas, passam por mim como ventos, sem destino e sem mais ilusão.
E sem valentia ou impetuoso em excesso, não conto mais sentir;
Tem horas em que o mesmo cansaço me incute vontade, e o que era amor se faz irmandade;
Tem horas que o que era pertinente deixa-o de ser, fazendo-se sentir como lealdade.
E as horas tuas passam, sob meu olhar impedido de tocar;
E as horas minhas, misturam-se às tuas, sob teu olhar de enigma;
E tudo, neste cansaço das horas tuas: destino, ilusão, irmandade, lealdade e coração
em vão,
vão se perdendo, nos anos perdidos, que novamente, se vão,
neste vão (do cansaço das horas tuas) sendo meu e teu destino, ilusão.